E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão...{Fernando Pessoa}

Se refletem no meu Espelho...

Sem receio...


O luto é que define seu fim, não a gente. 
Uma hora acaba, quando você nem imagina.
Enquanto a dor assobia, procuramos a letra. 
Procuramos honestamente musicar os nervos.
Tenho dormido por dois corpos, tenho me alimentado por um passarinho.
Não há vergonha de sofrer. 
Combato a intolerância do entusiasmo. 
Permita-me ser triste quando triste. 
Ser musgo quando excesso marinho.
Nem sempre posso rarear o ar como pólen.
Se aquele que está mal, abalado, está incomodando os outros, 
pretendo incomodar os outros. 
Pretendo me incomodar.
Farei com gosto. Farei com requinte. Farei com capricho.
Vou escolher o melhor envelope para minha carta, a melhor roupa para deitar.
Adoecer por paixão não é um vexame.
Gafe é fingir que nada aconteceu. 
Tragédia é romper uma história como se fosse apenas mais um emprego.
Loucura é seguir adiante, sem um mínimo de nostalgia, 
sem o receio de estar vivendo errado.
Não valorizar a perda é não valorizar o amor.
Eu só tenho um único assunto nos últimos dias. 
Um único nome.
Sou o mais chato dentre todos os teimosos.
Sou o mais obsessivo dentre todos os neuróticos.
Sou um neologismo de mim, ainda sem sinônimo...

2 comentários:

  1. Regina, sempre gostei dos escritos de Carpinejar, mas este, é simplesmente lindo.

    Adorei seu post, assim como todo o blog.
    Beijos e um lindo dia pra ti.

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  2. Oi, Kelly

    Também achei lindo demais, tanto que postei.
    Realmente não termina quando a gente quer e gostaria que fosse, mas quando o "luto" se esgota. Adoro seu blog também, é lindo de viver. Beijos e um dia perfeito para você, na paz.

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