Não estou falando de um mundo cor-de-rosa ou de pessoas perfeitas,
sempre prontas para nos acolher, amar, caminhar ao nosso lado.
Não falo disso, mas da tristeza nos olhos de quem vira as costas e a gente não vê.
A beleza por dentro de um peito encouraçado que a gente não sente.
A solidão de quem afasta um amor e se deita em camas tão frias.
É do instante quando os olhos se perdem no nada
e nenhuma mentira é capaz de enganar a si mesmo.
É desse instante solitário, desse instante sem abraço, que eu digo.
Todo mundo vai virar as costas ou dizer que merece
coisa melhor ou debochar das mentiras que eles contaram…
mas a gente pode sempre voltar e acolher com amor, ser os primeiros a começar.
Afinal, se a hostilidade do mundo despertar a nossa, quem vai ser o primeiro a sorrir?
é trabalho que não dá férias nem concede descanso:
haverá paredes frágeis, cálculos malfeitos, rachaduras. Quem sabe um pedaço que vai desabar.
Mas se abrirão também janelas para a paisagem e varandas para o sol...
{Lya Luft}
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