Esta falta que me causas é como dor que não se localiza.
Falta não sei onde e não sei quanto.
Espaço não configurado, não conceitual, imensurável.
Do que sei de mim, pela força da saudade,
por vezes, me esqueço.
por vezes, me esqueço.
É como labirinto não simbolizado por
onde recolho pedaços, fragmentos seus.
Levaste a senha da minha inteireza.
Desde então eu me desassossego com a tua ausência.
Consolo-me na observância silenciosa dos teus segredos.
Deles eu me tornei guardião.
Eles nos religam, estreitam os caminhos,
ampliam a tua ausência em mim.
Por eles, tu roubas o que sou e
me tornas a sepultura de onde sais.
Sou espaço da tua inabitação.
Sou a saudade que te evoca, traz de volta e te concede uma
misteriosa forma de continuar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário