E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão...{Fernando Pessoa}

Se refletem no meu Espelho...

Tua ausência em mim...

Esta falta que me causas é como dor que não se localiza. 
Falta não sei onde e não sei quanto. 
Espaço não configurado, não conceitual, imensurável. 
Do que sei de mim, pela força da saudade, 
por vezes, me esqueço. 
É como labirinto não simbolizado por 
onde recolho pedaços, fragmentos seus. 
Levaste a senha da minha inteireza. 
 Desde então eu me desassossego com a tua ausência. 
Consolo-me na observância silenciosa dos teus segredos. 
Deles eu me tornei guardião. 
Eles nos religam, estreitam os caminhos, 
ampliam a tua ausência em mim. 
Por eles, tu roubas o que sou e 
me tornas a sepultura de onde sais. 
Sou espaço da tua inabitação. 
Sou a saudade que te evoca, 
traz de volta e te concede uma 
misteriosa forma de continuar.

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