Tempo é ternura.
O tempo sempre foi algoz dos relacionamentos.
Convencionou-se explicar que a paixão é biológica,
dura apenas dois anos e o resto da convivência é comodismo.
Não é verdade, amor não é intensidade que se extravia na duração.
Somente descobriremos a intensidade se permitirmos durar.
Se existe disponibilidade para errar e repetir.
Quem repete o erro logo se apaixonará pelo defeito mais do que
pelo acerto e buscará acertar o erro mais do que confirmar o acerto.
Pois errar duas vezes é talento, acertar uma vez é sorte.
Acima da obsessão de controlar a rotina e os próximos passos,
improvisar para permanecer ao lado da esposa.
Interromper o que precisamos para
despertar novas necessidades.
Intensidade é paciência,
é capricho,
é não abandonar algo
porque não funcionou.
É começar a cuidar justamente porque não funcionou.
Casais há mais de três décadas juntos perderam tempo.
Criaram mais chances do que os demais.
Superaram preconceitos.
Perdoaram medos.
Dobraram o orgulho ao longo das brigas.
Dormiram antes de tomar uma decisão.
Cederam o que tinham de mais precioso:
a chance de outras vidas.
Dar uma vida a alguém será sempre
maior do que qualquer vida imaginada...
Nenhum comentário:
Postar um comentário