A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a do ser que se ausenta,
que se defende, que se fecha, que se recusa
a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo,
no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que
ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar,
o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser
casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo
entristece também tudo em torno.
Ele é angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção,
as que são o patrimônio de todos, e,
encerrado em seu duro privilégio,
semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre...
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