Leio o amor no livro da tua pele;
demoro-me em cada sílaba,
no sulco macio das vogais,
num breve obstáculo de consoantes,
em que os meus dedos penetram,
até chegarem ao fundo dos sentidos.
Desfolho as páginas que o teu desejo
me abre ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se juntam, como corpos,
de palavras que se juntam, como corpos,
no abraço de cada frase.
E chego ao fim para voltar ao princípio,
decorando o que já sei,
e é sempre novo
quando o leio na tua pele
quando o leio na tua pele
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