E a minha alma alegra-se com seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão...{Fernando Pessoa}

Se refletem no meu Espelho...

Vida, beleza, amor...


Sou dessa leva de gente que tem como sina ver demais.
Sentir demais. Amar quase do tamanho do amor.
Traço de nascença, uma estranha dádiva

que, durante temporadas,
pra facilitar a própria vida, egoísmo que seja,
a gente tenta disfarçar de tudo
que é maneira que aprende.
Mas não tem jeito, nunca terá,
nascer assim é irremediável,
o que é preciso é desaprender o medo.
Por tudo o que é mais sagrado nesse mundo e em
quaisquer outros que não tenho
certeza se existem, mas suspeito,
muitas vezes eu desejei não ver tanto.
Quando senti isso sem saber palavras,
inventei minha miopia.
Não adiantou:
o encurtamento dos olhos
é só do lado de fora,
por dentro eu vejo muito comprido.

Alguns sentem vida, sentem beleza,
sentem amor, com doses de conta-gotas.
Eu, não:
é uma chuvarada dentro de mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário