Não sei se será possível a gente escolher as
próprias verdades, elas mudam tanto.
Não só por isso, nossas verdades quase nunca
são iguais às dos outros,
e é isso que gera o que chamamos de solidão,
desencontro,
incomunicabilidade.
Talvez a maneira como me
debato seja natural, e até positiva.
É possível que eu parta
daí para um conhecimento maior de mim mesmo.
Então estarei livre.
Acho que meu mal sou eu mesmo,
esses círculos concêntricos envolvendo o
centro do que devo ser.
Mas só poderei me aproximar dos outros depois
que começar a desvendar a mim mesmo.
Antes de estender os braços, preciso saber o que
há dentro desses braços,
porque não quero dar somente o vazio.
Também não quero me buscar nos outros,
me amoldar ao que eles pensam,
e no fim não saber distinguir
o pensar deles do meu.
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