Tenho uma amiga que quando percebe que eu estou triste
costuma me perguntar quem roubou a minha caixa de lápis de cor.
Tem vez que nem pergunta, apenas comenta:
“poxa, dessa vez levaram as cores que você mais gosta!”
algumas vezes, quando eu choro diante dessa indagação não
é pelas cores que não encontro na caixa
nem por lembrar de quem supostamente as roubou.
Choro por perceber que ainda dou aos outros o poder de roubá-las.
Por notar que, no fim das contas,
quem rouba os meus lápis de cor preferidos sou eu.
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