Chega um momento, depois de algum caminho percorrido,
em que a gente pode até considerar que avançou menos do que supunha,
mas entende ter avançado o máximo que conseguiu até então.
E a gente agradece, com gentileza e compaixão por todos os caminhantes,
porque somente quem caminha sabe o valor, o tamanho,
a conquista, de que é feita a história de cada único passo.
Há quem pare no meio da estrada e se enrede no
suposto cansaço que mente o medo de prosseguir.
Há quem corra tão freneticamente de si mesmo que
nem percebe a paisagem ao seu redor.
Há quem pareça recuar dois passos para cada um alcançado.
No fim das contas, todos avançam, de uma forma ou de outra,
ainda que, aos próprios olhos e aos alheios, o avanço seja imperceptível.
E, nos trechos da jornada em que já é possível caminhar com mais atenção,
respirando os sentimentos singulares de cada passo, a gente percebe
que não há exatamente um lugar onde chegar.
Nós somos o lugar.
A gente percebe que pode aprender a relaxar e a usufruir também
da viagem e que essa é forma mais hábil e generosa de avanço.
Não há movimento que se assemelhe
àquele que nasce de um coração contente.
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