Um barco a vela, a deriva, merece um porto.
Uma mulher enluarada, a mercê de um afago, merece colo.
Um homem só, sem direção, merece um encontro.
Uma mão em concha, em vigília, merece uma oração.
Folhas secas, que já não servem ao outono, merecem vento.
Lençóis de linho, quase ninho, merecem amantes.
Por que esse desamparo das coisas soltas, essa incompletude,
essa urgência dos pares, estão todos em mim.
Como uma angústia leve e cíclica... que não me abatem, mas que me
fazem querer ver esses amores todos conjugados.
Por que deveria ser proibida essa imensa falta que você me faz...
Fonte: http://lotusflower27.blogspot.com.br/
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