"Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce. Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que às vezes me cega. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela.
Sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante. E me perco em mim, como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação para a vida. Explicação mesmo eu sei: não há. E me agarro no meu sentir, porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase: o que eu quero mesmo?
Por isso, eu te peço: se eu gostar de você, tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar. Sou fácil de ler, mas não me pergunte por que o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser assim, exatamente como eu sou. Meio gato, meio gente. Desconfiada e independente. E adoradora de todos os luxos e lixos do mundo."
(Fernanda Mello)
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